Desde Abril 2014... :-)

Perguntava o Vasco no seu filme, se a vida das pessoas tinha mudado por serem Urban Sketchers. Pois a minha mudou muito: deixei de ter prateleiras vazias, e fartei-me de gastar dinheiro :D 

Centro Ismaili de Lisboa

Centro Ismaili, em Lisboa (arqtº Raj Rewal e Frederico Valsassina Arquitectos), foi construído em 1998, para a reunião dos Muçulmanos Ismailis, mas está aberto à comunidade em geral.  Os pátios, os espaços da natureza, os jardins e a água (elemento purificador sempre presente desde a entrada  até ao espaço da oração), os elementos  de geométria constantes (que  significam a procura da perfeição), são algumas das referências do universo islâmico aqui presentes.         
Tanta geometria e tanta perfeição são para mim uma dor de cabeça! Embora não se possa desenhar na enormíssima sala da oração, estive um bocadinho à  entrada, a observar os que a ela vinham....






Museu nacional de Arte Contemporânea - Chiado

A pedido da Mónica, para a sua tese de Mestrado...
 




H, de Húmidas - O Alfabeto no Mercado da Ribeira

Dia de Alfabeto- dia de experiências.
Muita água, tinta da china, aparo, aguarela, e um caderno da Ketta que não sei digitalizar, dá mais ou menos nisto:


Ou ao início, sem aguarela, nisto :)




Quando as histórias dos desenhos são menos felizes....

Na sala de espera do Pavilhão de Medicina do IPO, o clima era tenso. 
Uma velhota tentava convencer o marido a continuar a tomar qualquer remédio e ele gritava: 
"Não quero mais, porra! Ainda não percebeste? És teimosa!  Deixa-me! "
Depois amuou. 
Ela calou-se, olhou para o lado e ficou a torcer a mala, nervosamente. 
A sala ficou em silêncio.









À porta do Pavilhão de Medicina do IPO.


Cá fora também se espera. Fumam-se cigarros, uns atrás dos outros. Por telemóvel  informam-se familiares e amigos do que está a contecer lá dentro. Alguns doentes vêm apanhar ar, de robe - só um bocadinho, que depois voltam.
 Chegam e partem pessoas. Umas mais amparadas que outras.
Odeio hospitais, odeio urgências, odeio doenças.

Encontro no IPO e notícias do " Meu Amigo"

No fim do encontro no IPO fui visitar o Meu Amigo.
A operação correu bem, mas ainda não teve alta.Fiquei com o seu email, para lhe enviar as suas fotografias e desenhos. Quis ler-me passagens do livro "Cancro não é uma doença, é um mecanismo de sobrevivência", de Andreas Moritz.
É o que anda a ler. E está a gostar.

De novo as vitrines



O meu amigo do IPO

Hoje fui desenhar o bloco operatório do IPO. A perspectiva é muito difícil, mas cá vai:)
O primeiro senhor entrou, deitadinho na sua maca e, enquanto lhe faziam a primeira "maldade", olhava ora para os enfermeiros, ora para mim e, assim que pôde, fez-me com a mão um  sinal de "clic fotográfico", como a perguntar se eu estava ali para tirar fotografias. Acenei que não com a cabeça, mostrei os cadernos e os pinceis, e ele anuiu, sempre a sorrir.
Mas, assim que pôde, a mão tornou a fazer-me aquele sinal. Supus que queria mesmo que eu lhe tirasse uma fotografia e assim fiz.  Entretanto fui tentando desenhar e interpretar (leigamente ) o que lhe estariam a fazer.


A seguir ao catecter e ao  sôro, viraram-no e, depois de muito lhe apalparem a coluna, espetaram-lhe uma agulha nas costas. Supus que lhe tivessem dado uma epidural...


Tornaram a voltá-lo para cima e, enquanto continuavam os trabalhos, uma enfermeira segurou-lhe na cabeça e esteve ali, a fazer-lhe festinhas, durante muito tempo. Que bom, ser operado e ter miminhos...

Depois vieram mais médicos, conversaram um pouco com ele, talvez a explicar-lhe o que iria acontecer...

Por fim  foi a operação própriamente dita, que ele não podia ver porque tinha em frente uns ferros, (com uma  mantinha florida do IPO), a tapar todo o cenário.
Talvez por não poder ver o que estava a acontecer, olhava muito para mim, com um ar inquisidor, e eu, enquanto desehava ia-lhe sorrindo também, e fazendo "fixes" ao mesmo tempo com a mão :)
E assim acabou esta  operação do - acho que posso dizer- meu amigo
Espero que corra tudo bem com ele!
Uma coisa é certa: ficamos a admirar muita gente, quando assistimos a uma coisa destas!!!


Vitrines do IPO

Perguntava uma senhora nos corredores do IPO: 
É dos Urban Sketchers? Não sei bem porquê, mas já vi  vários de vocês de volta dessas vitrines..." 
Pois é. Porque será? 
Porque as peças são muito bonitas? Porque nos transportam para  tempos tão longínquos que, por não conhecermos, nos levam a imaginar cenários e personagens glamorosos? Porque foram usadas por  doentes  e médicos verdadeiros  e carregam consigo as suas histórias? Porque nos levam a fantasiar um universo hospitalar tão diferente do actual, com as suas refeições,  distribuídas por empresas de catering, em tabuleiros plastificados?
(Nota: ao fazer estes desenhos tive sempre em mente umas aguarelas lindíssimas que vi um dia, só de colheres, mas foi há tanto tempo que já nem sei de quem são. Alguém sabe do que estou a falar?)



Empanada!

10h00, 5ª feira, 21 de Janeiro 2016. . Estou empanada, a caminho da praça de Espanha, à espera de um reboque... Podia estar a stressar, com as horas, com a avaria, com os atrasos, com a chuva, com o triângulo, com o colete, com a oficina...Mas para quê? Não há nada a fazer!
Desenhemos, pois :)...

Adeus...

Observar com atenção o que se passa  à porta da escola dos mais novos às 8 da manhã,  é como ver um episódio do National Geographic J
Observam-se,  com extraordinária riqueza,  os mais diferentes estilos relacionais entre pais e filhos e os  diversos rituais adoptados no momento da despedida.
Estão em palco  sentimentos de  segurança, movimentos de autonomia, desejos de aprender, de conhecer, de socializar, de brincar e de crescer mas também, inversamente,  inseguranças, medos, dependências emocionais, dificuldades e fragilidades. Tanto dos filhos, como dos pais.
Ao fazer este desenho,  lembrei-me  que estava, segundo a expressão  do Pedro Loureiro,
 “a desenhar  de olhos bem abertos” ,
 mas talvez o mais correto, neste caso,  seja dizer que tentei  
“ olhar (a realidade externa) com olhos de ver (a realidade interna)”.
E o que saiu no papel  talvez seja o menos importante…

Nantes, ou a impossibilidade de desenhar

Estou habituada a viajar em família, onde cada um atura e respeita as "secas" uns dos outros: há quem desenhe, quem filme, quem fotografe, quem passe horas em livrarias, quem corra tudo por um pingo de internet....Aí sim, posso desenhar! Desta vez fui a Nantes, onde andei sempre com uns  amigos franceses supermaravilhosos mas a quem não  quis dizer "vão dar uma voltinha e venham aqui ter daqui a meia hora". Conclusão: não desenhei. Mas como me apetecia tanto, consegui uma gatafunhada enquanto eles se distrairam com "n'importe quoi"


 Da janela de casa fiz outros dois, muito rápidos e à socapa, da rua sempre agitada:
 um, num fim de tarde escuro e chuvoso;  outro, de dia, durante uma aberta:



E por fim os nossos anfitriões, a quem oferecemos o livro do Mário Linhares que, escusado será dizer, adoraram:

Merci!