É escuro, abafado e tem o cheiro retardado de gente de véspera. O sol não entrou por ali dentro a lavar o dia de ontem e o excesso de ambientadores torna o ar denso e pesado.
São grandes espaços onde o prazer do anonimato - que se tem num aeroporto, num comboio, num hotel, ou mesmo dentro dum carro em parte incerta - falece à partida com a proximidade provável de alguém que se conhece, da vizinha do terceiro, do colega de escritório, da menina da caixa, ou do senhor lá do banco. Como se não bastasse, passam reality shows acéfalos em plasmas pendurados como frutos numa árvore que, mesmo sem som, hipnotizam os olhares.
Ainda assim, há quem goste.
Mas cada um sabe de si :)
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