Passado todo este tempo, consigo fazer um desenho. O consultório do Tio Luís, como gostava que os meninos lhe chamassem.
Atafulhado de tralha. Com triliões de mochos de que tinha uma enorme colecção que também, todos os Verões, fui ajudando a crescer, com exemplares de vários países e continentes que, se não trazia de férias, ele reclamava. Com muitas fotografias dos filhos quando eram pequenos, à direita, por cima da marquesa dos bébés.
"Vês-me preocupado? Então não te preocupes! No dia em que me vires preocupado, então é diferente!". E esse dia chegou tinha o Vasco dois meses: "Vou-te dizer uma coisa filha. Mas não vais chorar. Ele tem que ficar internado!". Obviamente chorei!
Era assim que construía relações de confiança. Com humor, sinceridade, muita empatia e imensa disponibilidade. Desenhei o telefone bem grande porque, ainda antes dos telemóveis, era este que atendia sucessivamente, sem parar, acabando sempre com um se não passar liga-me.
Convidou-me para trabalhar com ele. Quando a coisa corria menos bem dizia aos pais que tinham de fazer uma visita à Tia Teresa.Vi na minha consulta - na sala pegada à dele - muitos dos meninos das fotografias.
Gostava muito de aqui trabalhar. Agora gosto menos. Muito menos. Mas fico. Por ele!
Atafulhado de tralha. Com triliões de mochos de que tinha uma enorme colecção que também, todos os Verões, fui ajudando a crescer, com exemplares de vários países e continentes que, se não trazia de férias, ele reclamava. Com muitas fotografias dos filhos quando eram pequenos, à direita, por cima da marquesa dos bébés.
As fotografias dos meninos ficavam lá fora, primeiro na sala de espera depois, com o passar dos anos, nas escadas, na recepção, por todo o lado, porque não conseguia dizer que não e aceitava sempre mais meninos. As primeiras fotos, mais antigas, a cores, trazidas pelos pais. As mais recentes, tiradas por ele a preto e branco durante a consulta, porque a fotografia, a par do golf, era das coisas que mais gostava de fazer.
E tocar guitarra! Não esquecer a guitarra, que ainda tocou com o Vasco na sua casa, com tanto gosto, já depois de estar doente e muitos anos depois das consultas de rotina da primeira infância dos meus filhos, em que adorava fazer de bruto e não sejas maricas pá, puxa lá essa pila para trás com força!
Era assim o tio Luís. Tinha carimbos para os meninos porem nas mãos, muito antes deles por cá se venderem. (Ofereci-lhe uns dos Pokémons, que fizeram um sucesso!)"Vês-me preocupado? Então não te preocupes! No dia em que me vires preocupado, então é diferente!". E esse dia chegou tinha o Vasco dois meses: "Vou-te dizer uma coisa filha. Mas não vais chorar. Ele tem que ficar internado!". Obviamente chorei!
Era assim que construía relações de confiança. Com humor, sinceridade, muita empatia e imensa disponibilidade. Desenhei o telefone bem grande porque, ainda antes dos telemóveis, era este que atendia sucessivamente, sem parar, acabando sempre com um se não passar liga-me.
Convidou-me para trabalhar com ele. Quando a coisa corria menos bem dizia aos pais que tinham de fazer uma visita à Tia Teresa.Vi na minha consulta - na sala pegada à dele - muitos dos meninos das fotografias.
Gostava muito de aqui trabalhar. Agora gosto menos. Muito menos. Mas fico. Por ele!
Como se diz hoje em dia, e ele também diria,
hastagluis pinheiro, hastagpediatra, hastagtioluís
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:)
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